domingo, 13 de janeiro de 2013

"When You're Stranger"


Olhou seus próprios olhos no espelho e percebeu toda a falta de sentido da sua vida.
Não havia um Cole, um Jim ou um Ricardo. Não havia um filho, filha ou criança alguma para guiar. Não havia família que dela dependesse, nem trabalho que sem ela não fosse feito. Não havia casa ou quarto para o qual voltar ou cuidar. Nem sonho ou projeto para realizar. Não havia lugar que precisasse ir ou cidade que queria conhecer. Não havia planta ou animal que precisasse dos cuidados dela para viver. Não havia amigos que precisassem dela, nem os quais ela pudesse contar.

A única coisa que ela ainda tinha era o sentido da vida dos outros. Uma pequena fé em um mundo melhor. Era uma coisa, umazinha só, que ainda fazia ela seguir em frente. Que ainda ajudava a dar sentido ao que ela fazia ou deixava de fazer. Ajudava ela à saber o que não queria, embora não ajudasse muito a ela saber o que de fato queria.

Mas o resto do mundo insistia em fazer pouco caso da única coisa que ela tinha. Uma implicância que parecia natural e comum a quem ela se importava. Ela não era suficiente. A única coisa que ela tinha, não tinha valor ou utilidade segundo os outros.

Ela não era necessária. Não era suficiente. E não havia nem para quem ela explicar isso.

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