domingo, 13 de janeiro de 2013

"When You're Stranger"


Olhou seus próprios olhos no espelho e percebeu toda a falta de sentido da sua vida.
Não havia um Cole, um Jim ou um Ricardo. Não havia um filho, filha ou criança alguma para guiar. Não havia família que dela dependesse, nem trabalho que sem ela não fosse feito. Não havia casa ou quarto para o qual voltar ou cuidar. Nem sonho ou projeto para realizar. Não havia lugar que precisasse ir ou cidade que queria conhecer. Não havia planta ou animal que precisasse dos cuidados dela para viver. Não havia amigos que precisassem dela, nem os quais ela pudesse contar.

A única coisa que ela ainda tinha era o sentido da vida dos outros. Uma pequena fé em um mundo melhor. Era uma coisa, umazinha só, que ainda fazia ela seguir em frente. Que ainda ajudava a dar sentido ao que ela fazia ou deixava de fazer. Ajudava ela à saber o que não queria, embora não ajudasse muito a ela saber o que de fato queria.

Mas o resto do mundo insistia em fazer pouco caso da única coisa que ela tinha. Uma implicância que parecia natural e comum a quem ela se importava. Ela não era suficiente. A única coisa que ela tinha, não tinha valor ou utilidade segundo os outros.

Ela não era necessária. Não era suficiente. E não havia nem para quem ela explicar isso.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Quem sabe a vida é não sonhar


Que saudade que tenho de escrever! Que vontade de fazer algo que realmente seja legal e importante! Um querer jogar tudo pro alto e fazer o que realmente gosto.

Ainda não amei, ainda não lutei, ainda não cresci, ainda não me mudei... Tantos aindas e nãos! Fico esperando que alguém chacoalhe um pouco as coisas pq eu posso dizer que tento impor mudanças na minha vida.

No trabalho por exemplo, a empresa desviava dinheiro e eu descobri, tratei de sair de lá pra ficar em paz com a minha consciência. O empresa era um tédio e minha função era ridícula, joguei pro alto e fui a caça!

E quando fica tudo bem, alguém balança uma oportunidade em frente ao seu rosto e pergunta "Você quer?" aí você pensa: "mas eu estou bem aqui, mas lá é mais legal, então aqui talvez não seja o suficiente, ok, quero lá!" e aí... Tã-dã, você não é boa o suficiente para lá. É meu bem, e agora? Você não é boa para lá, mas você é ótima para aqui. Pena que agora o aqui não te satisfaz mais. Agora que você se convenceu de que quer mais.

Ó vida, Ó céus...

No quesito coração temos outro ótimo exemplo. Não há ninguém minimamente possível a vista. Ok, você aceita isso e pensa "muita areia para o meu caminhãozinho, tudo bem vou descer uns degraus." Aí você foca nos possíveis eeeee... Um tem namorada, outro nunca mais aparece, um mesmo sendo um safado não quer nada com você, um tem idade pra ser pai, outro é casado.
Você reclama com o Cosmos e que ele te manda? Andares inteiros abaixo do que você deseja! Ah, por favor né?! Não é possível que eu mereça isso.

Sigo buscando, sigo não alcançando. Espero no próximo estar mais contente com a vida, ou a vida mais contente comigo.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Gostos

Fiquei triste quando soube da derrubada da perimetral. Eu adoro aquele lugar! Tenho um carinho por prédios antigos, caindo aos pedaços e abandonados. É estranho eu sei. Mas acho tão lindo o modo como eles estão. Toda uma história e muitos anos nas costas. Tem um certo charme, um mistério, uma curiosidade. O que será que tem lá dentro? O que ele era antes? Será que dá pra entrar? Se quase já era contra uma reforma neles, com medo que os mudassem demais, demolir tudo então... Chega a partir o coração.

Em baixo da perimetral se encontra outro xodó meu, grafites e pixações! Passo por ali admirando tudo. Tentando decifrar as letras, achar as assinaturas, entender os padrões e estilos de pintura, ler as mensagens. Me perco naquele lugar.

Eu sei que, como diz meu pai, meus valores são tortos, e como sempre penso, graças a Deus que são!
Desde criança não gosto de cor rosa. Flores me lembram funeral (essa opinião foi criada recentemente após de fato ir a um, mas antes já não ligava muito). Jurei que nunca vou ter um diamante (vi "Diamante de Sangue" e depois jurei isso). Prefiro mil gatos do que um cachorro e tenho uma gata preta. Acho axé o cúmulo da felicidade e alegria e definitivamente não dá pra mim. Não fico com amigos por nada nesse mundo. Gosto de ser socialmente e ecologicamente pensante. Geralmente sou a do contra na minha casa, a que quer saber os quês e porquês.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Momento de fraqueza

Quero um abraço, quero beijos intermináveis, quero brigas bobas, quero sentir ciúmes sem cabimento, quero andar na rua feito os casais de filmes com sorrisos bestas estampados nos rostos.


Quero ter pra onde fugir quando tudo estiver desabando, quero um parceiro ruim de dança, quero um motivo pra cantar de manhã cedo, quero alguém pra discutir o mundo.

Quero olhar as vitrines e ficar pensando no que lhe cairia bem, quero não ter que impressionar, quero que músicas bregas façam sentido, quero muitas risadas só por estar feliz, quero borboletas no estômago nascidas de um olhar.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Decepção Mata

Quem disse que decepção não mata? Mata sim. Aos pouquinhos, devagarzinho.

Ser "gente grande" deve ser uma vida recheada dessas mortezinhas. Disso devem morrer os jovens. Quando o objeto de luta deles se torna mentiroso, sujo e integrado ao sistema. Daí vemos o cara engajado, pôr o terno e gravata, o crachá e entrar numa fila...

As vezes parece que tá tudo errado. Que deu tudo errado. Que tudo deve ser mentiroso e falso. Que todas as boas intenções são engolidas e distorcidas.

Sempre achei muito pessimista e discordava do ditado "De boas intenções o inferno tá cheio". Achava que queriam dizer que nenhuma boa intenção tinha real valor. Hoje já vejo o ditado um pouco mais específico. No inferno está cheio de boas intenções, mas não são para lá que todas vão. Mas ainda sim muitas vão para lá. E junto delas quem fez a intenção degringolar e quem ajudou e quem compactou e quem não pulou fora e não tentou salva-la.

Decepção mata sim. Mata os pedacinhos de sonhos ou de esperanças.

Tá bom, tá bom... Também ensina a viver...
Ensina a ver a vida como ela é. Nada de tão bonito quanto se imaginava, nada de tão puro, nada de tão altruísta.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Falta


Não sei de verdade o que é saudade. Dizemos isso para tantas coisas sem importância ou para pessoas que com um telefonema, uma mensagem na rede social alcançamos.
O que eu sinto, e o que me machuca é a falta. A falta de uma pessoa na nossa vida. Não ouvir nunca mais uma voz, nunca mais ganhar um abraço, não escutar mais um assobio, até não perder mais a paciência com uma pessoa incomoda. O silêncio dói.
Os pertences agora sem seu dono ferem. Tudo que te faz lembrar, me faz querer chorar. E se apegar em pequenas coisas parece ser a solução. Uma foto, um presente, uma roupa. Nada adianta. Você não esta mais por aqui.
O que me lembro da sua ida são as coisas sem nenhuma importância. Do barulho do ventilador exagerado, do perfume das flores em excesso, do padrão dos desenhos do pé da mesa. Do sol até o cemitério. Do carneiro na tampa do caixão. Da minha preocupação de não pisar em outras lápides até chegarmos a cova. Do canto macabro de um pássaro. Do número da cruz.
Parece que qualquer coisa antes de você ter ido se passou há no mínimo um ano. E isso tudo foi só em Agosto. Como raios o mundo pode continuar normal? Como nada mudou? Como o sol ainda nasce e se põe? Como todo mundo continua a trabalhar? Como assim eu ainda tenho que ir para faculdade? O tempo que eu não fui teve aula? Nada parece certo. Tanta gente chata e ruim aqui ainda. E você já teve que ir?
O consolo é esperar até a próxima. Numa outra tenho certeza que quando nos encontrarmos será tão tudo tão especial quanto foi nessa. Eu sei o que é amar. É amar a pessoa até com seus maiores defeitos. Ver nela tudo que há de bom no mundo.
Qualquer dia vou na praia Leme, que você queria tanto ir. Quem sabe não nos vemos lá.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Programa para se esquecer de lembrar...

Há quem me dera que uma balada com as amigas resolvessem minha vida! Não pensar nas dívidas, na faculdade, no estágio que não se tem, na bagunça do seu armário... Superado os obstáculos " com que roupa eu vou???!!!" e "como vou chegar e como vou voltar" começa a festa.

A pré night começa na casa da amiga com os vidros de esmalte de cores tipo "paparazzi" e "plano perfeito", a maquiagem pode ser meio dramática ( - Droga! Esse olho está com rímel que o outro!)mas se supera. Na boate nada como um copo com líquido colorido e música tão alta que quando se entra no banheiro parece que se está surda. E a mágica acontece!

Os únicos problemas se tornam do nível de um cara chato que não vai embora ou de um sapato torturante. Aquela música que você adora, as amigas ao seu lado sorridentes, as luzes que deixam tudo menos fácil de ser criticado. Dane-se o sapato e arranje um "fora bem explícito para o mala.

FELIZ AMNÉSIA!